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17 de abril de 2011

Lisboa em imagens

Como ando subindo as fotos da viagem a passos de tartaruga, resolvi fazer um post só com imagens marcantes de Lisboa.

Vamos a elas:

Detalhe do Padrão dos Descobrimentos. Vale chegar bem pertinho e ver todas as figuras que compõem esse monumento. Uma homenagem aos bravos portugueses que desbravaram oceanos e descobriram continentes. A riqueza dos detalhes impressiona. Lembro que, mesmo com todo frio e vento, fiquei em pé, olhando, vendo cada imagem. Um padre, um pintor, um soldado ... como fui dia de semana achei o lugar vazio. Talvez seja bom evitar sábados e domingos.


Esse chafariz fica entre monumentos. Uma praça linda onde você vê muitos estudantes universitários e casais de namorados. Há um quiosque também com informações para visitantes e banquinhos para aquele lanchinho da tarde. O chafariz é coreografado, acreditem. Logo atrás tem o Centro Cultural Belém. Não fui, mas recomendo. Cara de pau, né?



A Torre de Belém tem cinco andares. Se você está sedentário ou tem claustrofobia, fique só no primeiro. No último, a vista é essa aqui. Mas chegar até lá demanda preparo físico. São muitos degraus, muitas janelinhas, muitas e muitas subidas. Mas compensa, tá? Fiquei viajando no dia a dia dos soldados nesse lugar que chegou a ser sede de Governo. Todo de pedra, úmido. Como fundo musical, apenas o mar.




13 de abril de 2011

Cidade Alta

Saí do Café Nicola com a intenção de enfim conhecer a Rua Garrett com sol. Já tinha passado ali várias vezes, mas sempre à noite ou com dia nublado e invariavelmente meu passeio parava na estátua de Fernando Pessoa, que fica logo em frente à saída/entrada do Metrô, estação Chiado. Como fazia sol, o dia estava de um azul de chorar e o passeio era convidativo, fui subindo a Garrett até o Largo de Camões, que não por acaso tem uma estátua do escritor Luís de Camões gigantesca bem no centro. 

Uma coisa que aprendi em Lisboa é que os portugueses quando não está homenageando Vasco da Gama, estão falando de Camões ou de Fernando Pessoa. Cabral, coitado, acho que ficou em segundo plano por ter descoberto o Brasil. Mas tudo em Lisboa ou chama Camões ou Vasco. Um pouco menos em se tratando de Fernando Pessoa, que também é citado a cada dois restaurantes ou bar ou café. Todo café que se preze em Lisboa tem uma placa dizendo que em algum momento da vida Fernando Pessoa passou por ali. Pitoresco. 

Estando na praça, você já se encontra na parte Alta de Lisboa, o bairro boêmio e "indie" da cidade. Mas de manhã é igual a todos os outros. Minha idéia era caminhar até o Elevador da Bica e com ele chegar a parte baixa da cidade de novo. Por que? Daquela parte seria mais fácil chegar ao Cais do Sodré, meu próximo destino. 

#ficaadica
Eu com o Elevador de
Santa Justa ao fundo. 

Andar de funicular não vai ser sua maior emoção em Lisboa. O bonde de Santa Tereza, por exemplo, reserva vistas mais bonitas, por exemplo. Opte em conhecer o Elevador de Santa Justa se o tempo de viagem for curto. O Elevador da Bica é quase um plano inclinado que liga dois pontos sem muitas atrações. A passagem não é das mais baratas e o pitoresco do passeio, que dura poucos minutos, são aquelas casinhas com roupas penduradas na janela (que você vê aos montes na Baixa). 

Amiga Bebete, grande conhecedora de Lisboa, me confidenciou certa feita que não gostou de andar nesses funiculares. Ela, expert em mapas, sempre me ajuda na localização de ruas impossíveis. Em Lisboa, ela costuma dizer, é programa certo ir ao terraço do Santa Justa para uma boa foto panorâmica da cidade. 

Amiga Bebete sabe das coisas!

11 de abril de 2011

Carris

Autoretrato de meus pés cansados,
que optaram pelo transporte
público de Lisboa.

O sistema de transporte público de Lisboa é muito eficiente. No site da empresa Carris você pode até simular percursos e ver as melhores linhas para o seu passeio. O Google Maps também indica as linhas com os respectivos horários. O link do site da empresa está aí no título e recomendo muito que, antes de viajar, você olhe principalmente a questão das tarifas e da compra de bilhetes. 

A passagem não é comprada nos ônibus. Ah! Ônibus são chamados de autocarros e a passagem unitária custa 1,50 euro. Já os Eléctricos, que parecem com os bondes de Santa Tereza, são um pouco mais caros: 2,50 euros. O Carris também vende os bilhetes dos elevadores que ligam Cidade Alta e Baixa (como o Elevador de Santa Justa). 

Os bilhetes devem ser comprados em casas lotéricas, que se chamam Jogos Santa Casa e são facilmente reconhecidos por uma florzinha em placas. Vejam no site. Os atendentes nem sempre são solícitos para ensinar o sistema de compras dos "títulos". A moça no Rossio, por exemplo, falou comigo aos berros. Eu disse a ela que era brasileira e não surda. Não sei porque ao falar devagar as pessoas gritam como se fôssemos retardados. Enfim ...

Sugiro que você compre um título com pelo menos quatros viagens. Planeje bem porque elas só valem 24h. E ao entrar nos carros, valide o verde! Esse é o slogan que a empresa Carris lançou para que as pessoas passem o cartão no validador. Lá não há cobrador e você pode entrar pela porta lateral dos ônibus. Se você validar, ok. Se não, também ok. Mas pega mal, né?

O site é bem completo e vale a pena ver tudo antes de viajar. Mas fiquem tranquilos porque nos pontos de ônibus de Lisboa há mapas com todas as linhas e horários de chegada. Um deslumbre!

Café Nicola

Terra dos cafés, Lisboa oferece
ótimas opções. Como o Nicola e
A Brasileira (foto).
Foto: Nara Franco

Toda viagem requer método e organização. Gosto sempre de ler guias, conhecer o terreno onde irei pisar. Mas é importante ter em mente que viagens também são feitas para descansar e quebrar rotinas. Claro que sempre vale a pena tomar o café do hotel, já incluso na diária. Porém, ah! porém, nada como dormir até dizer chega e sair para tomar café sem compromisso, descubrindo novos lugares. 

Importante lembrar que férias é tempo de descansar e se você, como eu, fizer a besteira de andar como um camelo nos primeiros dias e ficar praticamente imobilizada de dor, dormir uma manhã sem compromisso é bem restaurador. 

Depois do dia pedreira em Belém e da noite regada à cerveja, acordei às 11h, tomei aquele banho e parti para o centro do Rossio. Chegando à Praça Dom Pedro IV procuro entre as muitas opções de restaurantes e cafés um bom lugar para sentar, beber um café (para esquentar porque fazia um frio medonho, apesar do sol) e matar a fome. Minha escolha foi o tradicionalíssimo Café Nicola, um ícone de Portugal. 

Mesmo com a tentação de ficar do lado de fora, corri para dentro pois o frio não dava trégua. A garçonete era super simpática e me recebeu cheia de sorrisos apesar do adiantado da hora. Pedi um expresso, que chegou no ponto, delicioso. Para comer, omelete. Detalhe importante: omelete em Portugal vem com batata frita. Então preste um pouco de atenção ao pedir. Eu devia ter perguntado antes o que vinha, porque comer batata frita de manhã (e só deixa de ser manhã quando eu almoço) não é algo que eu aprecie. Mas fui inocente achando que omelete lá é como aqui. Na verdade até é, mas vem com batata frita e uma saladinha de cenoura e beterraba raladas (que eu deixei no prato para uma super supresa da garçonete). 

Mas vamos falar um pouco do Café Nicola, que vale o café pela fachada art deco e balcão cheio de salgadinhos enormes e tentadores. Aberto desde 1929, o Nicola era ponto de encontro da intelectualidade lisboeta. O poeta Bocage era frequentador assíduo e hoje conta com uma estátua no local. Justa homenagem.

Foi uma ótima experiência que fechei com mais um café e água com gás. Delícia! Estava pronta para mais um dia de passeio.

1 de abril de 2011

Lisboa Restaurant Week

De 31 de março a 9 de abril, restaurantes de luxo da cidade de Lisboa estarão acessíveis aos pobre mortais. Tudo em nome de causas sociais. Os mais "duros" agradecem. É o que eles chamam de Restaurant Week, evento que acontece em várias cidades do mundo e que na capital portuguesa chega a quinta edição. Em tempos de crise e por lá as coisas não andma boas, vale gastar muito pouco e comer muito bem. A oferta de restaurante é bem grande e se você estiver de bobeira pela terrinha não pode perder a chance. A única recomendação é: faça reserva antes de ir aos restaurantes. Como os preços caem muito, a procura é grande.

Cervejaria Trindade

Depois de muito andar por Belém e conhecer três dos mais importantes pontos turísticos de Lisboa, tomei o caminho de volta à Baixa e achei que era muito justo sentar para degustar algo alcóolico e absorver tudo que vi durante o dia. Fazia frio, ventava muito e nada mais justo que uma cervejinha para aplacar a alma e, no meu caso, as dores nas pernas. 

Mas, Narinha .. Cerveja? No frio? 
Isso mesmo. Depois de andar muito nada pode ser mais gostoso que uma cerveja. Até mesmo quando o tempo "lá fora" diz o contrário. E outra: quando se tem esse maldito hábito do chope, o clima não chegar a ser assim tão relevante, né?

Os painéis de azulejos dão um clima antigo à Cervejaria
Trindade, orgulho de Portugal.
Foto: Nara Franco

Diante de necessidade tão urgente, fui conhecer a "mais bela e antiga cervejaria de Portugal". Apesar da ladeira que tive de encarar para chegar até ela, valeu muito a pena chegar lá com a língua no pé e a sede tinindo. Estava eu prestes a entrar na Cervejaria Trindade, um orgulho português. 

A primeira cerveja desceu tão rápido que o pobre garçom já trouxe a segunda logo num canecão para ver se eu ficava mais tempo por ali. Tadinho, né?

Há duas cervejarias Trindade em Lisboa: uma no Chiado e a segunda no Campo Pequeno. Minha escolha, por ser mais próxima ao hotel, foi a primeira opção. Subi pela Rua Garrett, a mais famosa do Chiado, e peguei a Rua Nova da Trindade, onde está a cervejaria. A princípio, pelo tamanho do lugar, você pode até achar que é programa furado. Mas, acredite: não é.

Essa é uma casa tradicional, onde famílias e amigos de variadas idades se juntam para jogar conversa fora e saborear a cerveja da casa, responsável pela fabricação da famosa Sagres. A casa funciona das 11h a 1h30. Todos os dias. 

Escolha uma das "salas" e aprecie o vai e vem de garçons e boêmios. Por que salas, vocês devem estar perguntando? Como a maioria dos lugares em Portugal, a Cervejaria Trindade foi um convento. O Átrio, como eles chamam, é a entrada. Em seguida, tem o refeitório, onde eu sentei. Os painéis de azulejos nas paredes dão um toque muito interessante ao lugar e você se sente realmente em um bar diferente. No site da cervejaria, toda a história do Convento da Trindade, da fabricação da cerveja que dá nome ao lugar e das salas que hoje estão por lá, está minimamente detalhada. 

Bebi, bebi e chegou a hora de comer. A especialidade da casa é bife. Há vários tipos. Todos vêm em uma frigideirinha, com molho e batata frita. Comi também um bolinho de bacalhau, que, sinceramente, é melhor no Brasil. Mas o bife é bem gostoso. Super macio. 

Ah! Em todas as mesas há um couvert padrão: pão, queijo, manteiga. Você só paga se consumir. Fica tudo fechadinho. Eu não comi porque - confesso - estava de olho no super bife. 

Devidamente bebida e comida, já com a perninha anestesiada, desci a ladeira no embalo e fui direto pro hotel. Pena que o ar frio dá um baque naquela sensação boa de estar de porre. Quando ela ainda é boa, claro. Só digo uma coisa: dormi como um bebê!